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Phygital Healthcare e os avanços da telessaúde são discutidos no 1º Telemedicina Evolution Forum

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Painel, que contou com a participação de Carlos Pedrotti, presidente da SDB, abordou aspectos dessa melhoria, como a interação entre médicos e pacientes, experiência mais fluida no atendimento, capacidade de tomar os cuidados mais acessíveis para toda a população e de economizar recursos

 

A Telemedicina vem evoluindo desde o começo do século, mas foi com a pandemia que ela passou a ganhar maior repercussão e adesão por parte dos pacientes. No início, víamos uma prática desorganizada, sem base legal e que ainda despertava a insegurança de profissionais e de pacientes. A aprovação da Lei 14.510/22, que autoriza e conceitua a prática da telessaúde em todo o território nacional, que ocorreu no final do ano passado, foi um grande marco transformador. Hoje a telessaúde faz parte da rotina de milhares de pessoas e há um consenso de que é possível interagir com profissionais de diversas especialidades usando a tecnologia. Além disso, ela tornou-se essencial para garantir a sustentabilidade do sistema de saúde como um todo, incluindo a saúde suplementar.  

 

Mas quais são as perspectivas daqui para frente? O que podemos esperar do futuro? Essa questão central foi abordada no painel “Phygital Healthcare – Quais os avanços da telessaúde?”, durante a 1ª edição do Telemedicina Evolution Fórum, que aconteceu no dia 12 de setembro e foi transmitido por meio do YouTube. Carlos Pedrotti, presidente da Saúde Digital, participou da discussão, que contou ainda com a presença de Leonardo Jorge Cordeiro de Paula, diretor técnico e acadêmico da Escola Brasileira de Medicina (Ebramed), e Renan Delgado, gerente de TI da FIDI.

 

Sobre os caminhos que estão sendo desenhados para o futuro, Pedrotti explicou que a telemedicina nasceu com a ideia de substituir as unidades físicas e de emergência para casos de baixa complexidade e suprir uma demanda por atendimento nesta instância. Isso não só agiliza o diagnóstico, mas também facilita o acesso, antecipa a resolutividade, diminui custos e permite o atendimento de demandas de alta complexidade.  A pandemia aumentou a demanda e evidenciou a importância de ampliar os serviços de telessaúde, abrangendo outras especialidades e atenção primária, contribuindo, assim, para uma melhora global no funcionamento do sistema. 

 

O executivo defendeu ser inevitável a consolidação do phygital, que já acontece em outras áreas, também na saúde. A evolução tecnológica está acontecendo, propiciando uma saúde melhor, com acesso e custo adequado, e não há dúvidas de que o phygital healthcare prevalecerá, trazendo novas perspectivas e abrindo cada vez mais espaço para inovações. No entanto, a transição do cuidado entre os atendimentos presenciais e via telemedicina precisam ter mais fluidez, por meio tanto de mecanismo de interoperabilidade como de integração mais completa entre sistemas, indo além da informação.

 

“O futuro está em unir o físico com o digital. Isso significa um paciente que passa na unidade física e depois vai para o digital para um retorno. Ou começa no digital no PA e é encaminhado para o atendimento presencial ou para exames, e muitas vezes volta para o digital novamente. Mas precisamos integrar tudo isso e o paciente deve ter a impressão de que é o mesmo sistema e a mesma jornada, e não uma transição de jornada”, explica. 

 

Esse modelo está em experimentação e já é possível identificar oportunidades. No entanto, ajustes nos mecanismos de integração ainda se fazem necessários, tanto para ser escalável como para permitir que essa transição ocorra entre instituições e diferentes localidades. 

 

Para contextualizar todo esse cenário atual da telessaúde e seus avanços no Brasil, outros temas foram abordados. Remuneração dos profissionais que atuam na telessaúde e a importância desse modelo para o setor da saúde estavam entre eles, assim como a importância de diretrizes claras e protocolos de atendimentos para garantir a segurança no exercício das diversas modalidades da telessaúde e estabelecer limites. Pedrotti destacou o Manual de Boas Práticas da Saúde Digital Brasil, que está disponível gratuitamente para download, como uma obra com grande potencial para nortear o trabalho dos profissionais que atuam na telemedicina ou telessaúde. 

 

Além disso, a educação foi apontada como um pilar central para melhorar e expandir a prestação de serviços de telessaúde. Isso inclui a capacitação do profissional de saúde para fazer um bom uso da tecnologia e o compartilhamento de conhecimento entre as equipes.

 

Outro ponto de destaque ao longo da discussão foi a preservação da autonomia do paciente, que deve ser inclusive um ponto observado pelas operadoras de saúde. “A prática da telessaúde é fundamental, mas ela não pode substituir totalmente o atendimento físico. Deve haver um equilíbrio responsável e, principalmente, uma preocupação com a autonomia do paciente, que não pode ser forçado a usá-la”, enfatiza o presidente da SDB. 

 

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