A cápsula está vinculada ao Projeto Telessaúde de Catástrofes da SDB e a primeira missão iniciou-se no dia 23 de março para oferecer serviços de teleconsulta em atenção primária, telenutrição e telepsicologia
Em um movimento significativo rumo à democratização do acesso à saúde, a Saúde Digital Brasil (SDB), em parceria com a empresa OBH Energy, desenvolveu uma inovadora cápsula de telessaúde para oferecer serviços de saúde à população indígena koripako, que enfrenta desafios significativos em termos de atenção primária à saúde, nutrição e bem-estar. A cápsula está vinculada ao Projeto Telessaúde de Catástrofes, criado em 2023 na entidade para ofertar serviços de telessaúde em casos de catástrofes humanitárias, emergências ou desastres ambientais.
A Missão Humanitária Koripako, que se iniciou em 23 de março de 2024, está sendo realizada em conjunto com o Hospital Israelita Albert Einstein, associado da SDB, que opera na região por meio do Proadi-SUS, sob a liderança do Dr. Fabio Racy, líder do Comitê de Prevenção e Resposta a Catástrofe do hospital. Após identificarem uma demanda reprimida por serviços de saúde mental e nutrição na população local, os responsáveis convidaram a SDB para participar da missão para atender essas necessidades, complementando os serviços de saúde em especialidades médicas que já seriam disponibilizados à população local pelo próprio Einstein.
Considerando que os koripakos vivem no Brasil (Amazônia, no Alto Içana) e na Colômbia, em áreas remotas, com escassa energia elétrica e acesso limitado à internet, a cápsula foi desenvolvida para garantir independência energética e de internet e incorpora uma Estação de Telessaúde. Para viabilizar a prestação dos serviços remotos foram implementadas uma série de medidas estratégicas. Entre as principais está o envolvimento dos associados da SDB para a disponibilização, tanto de suas plataformas tecnológicas, quanto das horas profissionais para os atendimentos.
A plataforma da TopMed, especializada em prestação de serviços de Teleatendimento em saúde, que cumpriu os requisitos técnicos exigidos para a participação no projeto, foi a selecionada. Os serviços serão prestados por médicos de família, nutricionistas e psicólogos, que atuam nas empresas associadas. Estas, por sua vez, assumirão os custos envolvidos na prestação de serviços e treinamentos. Entre os associados parceiros confirmados no projeto estão: Doc24, Dr. Online, Hospital Israelita Albert Einstein, MedBR, Sabin, Teladoc, TopMed, Tuinda e Vibe Saúde. Além disso, durante os atendimentos, os profissionais poderão utilizar os dispositivos de telepropedêutica da TytoCare, disponibilizados no projeto pela Tuinda Care, associada da SDB, para a realização de exames físicos à distância.
A liderança do projeto fica a cargo do Dr. Caio Soares, vice-presidente da Saúde Digital Brasil, e da Dra. Renata Zobaran, membro do Conselho Deliberativo da associação, com coordenação da gerente executiva, Michele Alves.
Segundo Soares, com essa iniciativa, a entidade promoverá a colaboração, a compreensão mútua e a construção de relações mais equitativas entre diferentes setores da sociedade. “Queremos fomentar o compromisso social de ajudar aqueles que enfrentam dificuldades e desafios, especialmente comunidades vulneráveis como as indígenas”, enfatiza.
Além disso, a SDB entende que a participação em ações humanitárias reflete um senso de solidariedade que sempre deve estar presente na Instituição. “A iniciativa é uma forma de contribuir para a justiça social, buscando mitigar as disparidades e promover a igualdade de oportunidades em populações historicamente reconhecidas por injustiças, discriminação e desigualdade”, complementa Renata.
A Missão Humanitária Koripako também conta com o apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Alto Rio Negro e do Exército Brasileiro. A base de operações será no município de São Joaquim/AM e o Exército Brasileiro participará de forma vital, disponibilizando sua estrutura local para a realização da missão.
Mais sobre a comunidade indígena
Existem mais de 200 etnias indígenas no Brasil, totalizando cerca de 450.000 pessoas, que falam aproximadamente 180 línguas diferentes. Há 610 terras indígenas no país, presente em quase todos os estados, (exceto Piaui e Rio Grande do Norte), ocupando cerca de 15% do território nacional.
Os koripakos, que falam um dialeto da língua baniwa, vivem na Colômbia e no Brasil, no Alto Içana. Já os Baniwas habitam a fronteira do Brasil com Colômbia e Venezuela, em aldeias às margens do Rio Içana e seus afluentes Cuiari, Aiairi e Cubate, além de comunidades no Alto Rio Negro e nos centros urbanos de São Gabriel da Cachoeira, São Joaquim e Jerusalém, no Amazonas.
De acordo com dados da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) de 2014, a população koripako brasileira conta com cerca de 1.673 indígenas, distribuídos em 19 comunidades.