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Inovação digital avança sobre os prontuários dos hospitais

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Nos últimos anos, um maior percentual de estabelecimentos de saúde passou a adotar algum tipo de sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes. Antes, o registro era feito apenas em papel, tornando difícil a busca e a organização desses dados

 

No último dia 13 de abril, foi realizado o segundo encontro da Jornada Digital – Inovação e Tecnologia da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), uma iniciativa da Saúde Digital Brasil (SDB) em parceria com a Associação Brasileira CIO Saúde (ABCIS), que trouxe debates focados em inovação e tecnologia. 

 

O tema do encontro foi “Como o prontuário digital tem revolucionado a saúde no Brasil”. O o debate contou com a participação de Alex Julian, Chief Transformation Officer na Kora; Daennye Oliveira, Diretora do Prontuário Eletrônico na MV; Eli Szwarc, Líder de Informatics Latam na Philips,  e foi  moderado por Vitor Ferreira, Presidente da ABCIS e Coordenador do GT Tecnologia e Inovação em Saúde da Anahp.

 

A saúde brasileira, que trilha uma promissora jornada de digitalização de processos, passou, nos últimos anos, por um aumento no percentual de estabelecimentos de saúde que passaram a adotar algum tipo de sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes. Antes do prontuário digital, o registro das informações dos pacientes era feito em papel, o que tornava difícil a busca e a organização desses dados. Além disso, havia o risco de perda ou extravio desses documentos, o que poderia comprometer a qualidade do atendimento.

 

“Tal notícia, sem dúvidas, é positiva, afinal, todo passo no campo do digital é um progresso. Ao mesmo tempo, o levantamento também evidencia janelas de oportunidades nessa agenda, seja ampliando a presença dos sistemas eletrônicos ou, especialmente, aprimorando os que já existem, com vistas ao pleno exercício da integração das informações dos pacientes e sua pronta visualização por toda a instituição de saúde em tempo real — funcionalidade que é proporcionada, por exemplo, pela solução de Prontuário Eletrônico do Paciente, o PEP”, observa Daennye.  

 

Aceleração do processo

 

O Brasil já vinha começando a digitalizar os dados de pacientes, de forma lenta e descentralizada, antes da covid-19, mas, diante da pandemia e da alta propagação do vírus no país, foi necessário, também, correr contra o tempo nos processos processo de digitalização de prontuários.

 

De acordo com Julian, a internet tem um papel essencial nesse processo, por permitir a realização de consultas e exames, que são realizados e enviados para os especialistas analisarem e gerarem laudos através da rede, remotamente. 

 

Ele conta que o grande desafio do processo foi mobilizar as pessoas em direção às novas tecnologias e, ao mesmo tempo, proteger os profissionais envolvidos no processo — como médicos, enfermeiros e profissionais que trabalham no back-office.

 

“A evolução da tecnologia no setor da saúde, voltada também aos prontuários digitais, retrata um setor que está reavaliando radicalmente suas prioridades à medida que se esforça para oferecer melhor atendimento ao paciente. Tivemos uma aceleração no processo de transformação digital na saúde com a pandemia global e isso esclareceu a necessidade de interoperabilidade entre os sistemas de TI, que enfrentam uma enxurrada de dados de pacientes que muitas vezes chegam fragmentados entre várias especialidades, departamentos e locais”, comenta Szwarc.

 

Observa-se que os profissionais brasileiros estão investindo em tecnologias capacitadoras, incluindo registros eletrônicos de saúde, telessaúde e ferramentas de inteligência artificial (IA), que podem aumentar a eficiência, melhorar o atendimento e conectar comunidades remotas. “Inclusive, o Brasil tem investido mais em IA clínica do que em outros países do mundo”, informa Szwarc.

 

Os registros eletrônicos de saúde, hoje, estão no topo das listas de investimentos em tecnologia dos líderes brasileiros. Quando o assunto é investimento em IA para ultrapassar registros de saúde digitais e telessaúde,  nota-se que, nos últimos três anos, houve um aumento em relação ao ano anterior (2020), quando 84% dos líderes brasileiros citaram os registros digitais de saúde como uma das principais prioridades de investimento. Agora, são 85%.

 

“A comunicação entre sistemas para compartilhamento de dados e tomadas de decisão mais efetivas só é possível com a interoperabilidade, que também apoia os caminhos clínicos e operacionais. Isso gera uma economia de tempo e dinheiro aos sistemas de saúde”, explica Szwarc.

 

Para Ferreira, “o alinhamento dos processos de tecnologia, dos profissionais da assistência, do administrativo, todo um caminho avaliado previamente à implementação de um prontuário com as bases de conhecimento integradas permite ter melhores tomadas de decisão e mais qualidade no cuidado, fortalecendo a segurança também para o profissional, pacientes e a cultura da instituição”.

 

A jornada acontecerá durante todas as quintas-feiras de abril, às 10h. Para fazer a inscrição, basta acessar o link: https://www.anahp.com.br/evento/anahp-ao-vivo-jornada-digital-inovacao-e-tecnologia/

 

Os próximos temas serão: 

Inteligência artificial aplicada à saúde: estamos preparados para o que está surgindo?

Data: 20 de abril

Hora: 10h às 11h30

 

O impacto dos dispositivos e dos softwares médicos para o setor de saúde

Data: 27 de abril

Hora: 10h às 11h30

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