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A Evolução da Psicologia Digital: reflexões sobre a nova regulamentação e o futuro da saúde mental

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Este mês, celebramos os 62 anos de regulamentação da psicologia como profissão no Brasil, um marco importante que coincide com uma atualização significativa nas práticas clínicas mediadas por Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDICs).

Vivemos em uma era em que a saúde digital tornou-se parte integrante da assistência em saúde mental, e a psicologia não poderia estar fora desse movimento. As TDICs têm democratizado o acesso aos serviços de saúde mental, possibilitando o cuidado em um espectro mais amplo e inclusivo.

A prática de consultas de saúde mental online tornou-se rotina. Mas a psicologia não se limita a isso. Vemos, cada vez mais, a ampliação do seu papel na psicoeducação e na prevenção, promovendo ações de saúde coletiva por meio de plataformas digitais. As redes sociais também têm se tornado um espaço para a disseminação de conteúdos de saúde mental, com lives, webinários e grupos terapêuticos virtuais ganhando destaque.

No Grupo de Trabalho (GT) de Saúde Mental da Saúde Digital Brasil, há tempos discutimos a necessidade de uma regulamentação que reflita a complexidade e as exigências desse novo cenário digital. A Resolução CFP n° 9, de 18 de julho de 2024, é um passo importante nesse sentido, revogando normativas anteriores e trazendo avanços significativos.

Um dos pontos mais notáveis desta nova resolução é a autonomia concedida aos psicólogos para avaliar a necessidade e a viabilidade dos serviços virtuais. Antes, havia restrições para a prestação de serviços em certos contextos, mas agora, a decisão cabe ao profissional, o que é um avanço em termos de flexibilidade e adaptação às necessidades dos pacientes.

Além disso, a resolução enfatiza a importância do profissional manter-se atento aos aspectos éticos, especialmente no que tange à proteção de dados sensíveis, ao sigilo e à privacidade dos usuários. Isso ressalta a responsabilidade dos psicólogos em um ambiente digital, onde a segurança das informações é tão crucial quanto o atendimento em si.

No GT de Saúde Mental, continuamos a identificar e discutir as necessidades emergentes para garantir que os serviços de saúde mental digital sejam oferecidos de maneira coesa e eficaz. Em breve, o Manual de Boas Práticas de Telemedicina e Telessaúde da Saúde Digital Brasil contará com um capítulo exclusivo sobre saúde mental, com diretrizes claras e seguras para a prática digital.

À medida que a sociedade enfrenta desafios crescentes em saúde mental, a psicologia se confirma como um recurso essencial. Seja na prática clínica individual ou na psicoeducação coletiva, o papel da psicologia é mais vital do que nunca.

Daniele Quirino, vice-coordenadora do GT de Saúde Mental da Saúde Digital Brasil

 

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