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O que o 5G muda no setor da saúde?

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Durante evento on-line, Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil, destacou que a conectividade na saúde veio para colocar a jornada do paciente no centro da atenção e que o 5G é um dos benefícios que essa revolução permitirá 

 

Nos dias 11 e 12 de abril aconteceu a primeira edição do evento 5G Saúde Conectada, que contou com a participação de executivos e lideranças de empresas e instituições do setor de inovação e saúde digital, que abordaram temas como Resultado da Pesquisa TIC na Saúde, Conectividade alavancando o atendimento do paciente e Jornada do paciente conectado.

 

No segundo dia de evento, o painel “O que o 5G muda no setor da Saúde” contou com  a participação de Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil e diretor Médico na Teladoc Health; Marco Bego, diretor-executivo do InovaHC e do Instituto de Radiologia do HCFMUSP;  e da Dra. Carolina da Costa, diretora-executiva de educação, pesquisa, inovação e saúde digital do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

 

De forma dinâmica e complementar, os participantes  discorreram sobre o potencial do 5G para o setor da saúde, enfatizando pontos como: maior estabilidade e conectividade, sem a diminuição da velocidade da internet; mais agilidade e eficiência na realização de cirurgias; monitoramento remoto de pacientes; aplicação de realidade aumentada; e o uso da Internet das Coisas (IoT) em diversos equipamentos e dispositivos pessoais para o acompanhamento da saúde das pessoas. 

 

A coleta de dados mais precisa e em tempo real e o treinamento de profissionais de Saúde por meio de RV – Realidade Virtual também foram apontadas como uma das vantagens alinhadas à implementação do 5G e de outros novos recursos no setor da saúde, como a utilização do ChatGPT.

 

Outro assunto debatido no painel foi o impacto do 5G para o home care, atendimento em domicílio de pacientes, que aumentou 35% nos últimos dois anos devido à pandemia. É importante ressaltar que, após a aprovação da Lei da Telemedicina, práticas de teleorientação, telemonitoramento e teleconsulta, feitas por chamadas de vídeo e outras tecnologias de comunicação, como sistemas inteligentes de IoMT (Internet das Coisas Médicas), assistentes virtuais com comando de voz, entre outros.

 

Um destaque feito por Soares fez menção à telemedicina como uma poderosa ferramenta no auxílio aos cuidados primários. “Uma pesquisa da Carolina do Norte aponta que cerca de 60% dos problemas dos pacientes poderiam ter sido solucionados no modelo de atenção primária, o que teria gerado uma economia de três a sete vezes no custo total”.

 

O futuro logo ali

 

Marco Bego destacou que o 5G permitirá a troca de informações entre as equipes médicas  a avaliação de pacientes em casos de emergência, a realização de cirurgias à distância, o monitoramento de pacientes crônicos e o uso de RV – Realidade Virtual para treinamentos de profissionais de saúde, entre outros. Tudo isso em tempo real, com velocidade na transmissão de dados e estabilidade da conexão.

 

Para Caio Soares, a conectividade na saúde veio para colocar a jornada do paciente no centro da atenção, unindo a equipe médica às pessoas, possibilitando, com a ajuda de aparelhos médicos, a aferição das condições específicas de cada paciente. “A medicina precisa, antes de tudo, de sistemas capazes de integrar informações e promover a interação com o paciente, para o médico conseguir manter o compromisso de realmente cuidar da saúde do paciente. O 5G é um habilitador de todos esses benefícios”, considera.

 

Pelo Brasil afora

 

A realidade brasileira traz um retrato infeliz, no qual as grandes cidades brasileiras são cobertas por uma ampla rede de saúde, enquanto as mais remotas sofrem com a falta de médicos e exames. 

 

Visando atacar esse problema, surgiu o projeto Open Care 5G (que depois se tornou um consórcio), criado por um grupo de empresas de diferentes setores, encabeçado pela Deloitte e o Hospital das Clínicas da USP, com a proposta de realizar exames remotos, em tempo real, por meio de transmissão de som e imagem. 

 

“Assim, uma mulher grávida na Amazônia, por exemplo, não precisaria viajar centenas de quilômetros para encontrar um médico. Outro profissional de saúde, como enfermeiro, poderia realizar o exame com a máquina portátil sob a orientação em tempo real de um profissional especialista”, defende Soares.

 

O 5G foi indicado neste contexto, por atuar em uma frequência onde a latência de rede é menor, ou seja, diminui o tempo de resposta em chamadas de voz e transmissões de vídeo. “Um médico, então, consegue conduzir o profissional de saúde in loco com pouquíssimo tempo de atraso na comunicação”, acrescenta Bergo.

 

“Mais do que otimizar os processos, essas soluções digitais podem, ainda, aliviar a sobrecarga nos hospitais, melhorar o acesso à saúde e reduzir desperdícios de tempo e recursos. Fatores essenciais atualmente, principalmente em países como o Brasil, em que apenas 25% da população tem plano de saúde, enquanto o SUS sofre falta de investimentos e demandas acima da capacidade de atendimento”, pontua Soares.

 

Para Carolina, no Brasil, os atendimentos via telemedicina têm sido utilizados amplamente na atenção primária, por médicos da família e clínicos gerais.

 

Ela enfatiza que já há uma adoção significativa de teleconsultas por praticamente todas as especialidades médicas e nas demandas por saúde mental e nutricional, que estão  muito ligadas à qualidade de vida e bem-estar do indivíduo. “A tendência para os próximos anos é que essa transformação digital ocupe todos os espaços disponíveis que hoje são analógicos e a telemedicina plena terá papel determinante nos sistemas de saúde”, conclui.

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