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Por que fazer parte da Saúde Digital Brasil?

13 de outubro de 2022 10:00

Carlos Henrique Pedrotti, gerente médico do Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein e vice-presidente da Saúde Digital Brasil, fala sobre o papel e a relevância da entidade ao setor e à sociedade 

 

Em entrevista à Saúde Digital Brasil (SDB), Carlos Pedrotti, gerente médico do Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, contextualizou a importância da entidade no atual estágio das práticas de telemedicina no Brasil. O Hospital Israelita é um dos fundadores da SDB e, desde o início, tem se engajado nas discussões conduzidas pela associação. 

 

Segundo Pedrotti, a associação desempenhou papel de suma relevância na regulamentação da telemedicina em caráter permanente no país, dialogando com diversas esferas e lutando por melhorias, não apenas para seus associados, mas também à sociedade brasileira como um todo. A dedicação em conduzir uma iniciativa inédita no Brasil, reunindo especialistas de diversas vertentes para a construção do Manual de Boas Práticas de Telemedicina e Telessaúde também foi outro ponto destacado. 

 

Confira a entrevista completa abaixo. 

 

Saúde Digital Brasil (SDB): Como enxerga a entidade e sua representatividade? 

Carlos Pedrotti (CP): A Saúde Digital Brasil nasceu em um momento muito importante da telemedicina, em que ela vivenciou um grande salto, proporcionado pela pandemia da covid-19. Vivíamos num momento de instabilidade regulatória, por isso, era necessário unir forças entre os principais provedores de telemedicina do país para, conjuntamente, atuarmos na melhoria desse ambiente. O objetivo principal da união era garantir a estabilidade econômica dos contratos e, principalmente, atendimento de qualidade aos pacientes que necessitavam de atendimento à distância, evitando quaisquer retaliações  jurídicas, devido à instabilidade regulatória do tema.

 

SDB: Qual o papel da Saúde Digital Brasil na regulação da prática de telemedicina?

CP: No momento em que a Saúde Digital Brasil foi constituída, havia  um receio geral da população e dos agentes regulatórios de banalização da prática da medicina e possível risco aos pacientes. Ante esse cenário, a entidade trabalhou, junto ao Poder Legislativo, Ministério da Saúde e outras entidades do segmento, a fim de  auxiliar na construção de uma legislação que mitigasse esses riscos. Hoje, temos um cenário mais consolidado, inclusive com uma resolução publicada pelo CFM, que trouxe maior segurança à  prática. No mais, entre os propósitos da entidade, está atuar diretamente na criação de um marco regulatório que preserve a autonomia dos médicos e garanta o direito de escolha do paciente. 

 

A Saúde Digital Brasil surgiu também com o intuito de garantir a aplicação das boas práticas e dos preceitos éticos, em toda sua magnitude, à telemedicina e à telessaúde. Por esse motivo, uma das primeiras grandes entregas da associação foi a publicação do Manual de Boas Práticas de Telemedicina e Telessaúde. A  união de grandes especialistas no tema demonstrou, pelo conteúdo do manual, ser possível praticar a medicina de forma ética, resolutiva e altamente humana, mesmo quando os serviços são prestados à distância. O manual uniformizou as práticas, garantindo elevados padrões internacionais e assegurando tanto a segurança do paciente como a melhor qualidade possível da prática médica. 

 

SDB: O que motivou o Hospital Israelita Albert Einstein a engajar-se nos propósitos da Saúde Digital Brasil? 

CP: Hoje o termo “telemedicina” representa mais esse contato do médico com o paciente. Mas, na realidade, a telemedicina é algo feito há décadas, inclusive por telefone, para o telediagnóstico e o contato entre médicos. A telemedicina do Einstein nasceu em 2012 com um propósito mais ligado ao contato médico-médico, ou seja, um especialista dando suporte a um médico generalista em rincões do Brasil. No entanto, desde 2016 já temos pilotos para atendimento direto ao paciente, também conhecida como teleconsulta, que hoje constitui mais da metade de nossos atendimentos. E dentro da missão institucional do Einstein de disseminação de conhecimento e responsabilidade social, a fim de definir as melhorias de padrões éticos, responsabilidades e melhores práticas da telemedicina, seria necessário unir forças com outros provedores e pensar em soluções conjuntas para melhorar a qualidade do atendimento e ampliar as frentes regulatórias. Desta forma, decidimos nos engajar na aproximação de provedores, prestadores de serviço e desenvolvedores de tecnologia do setor de saúde digital para dar origem a essa entidade, hoje estabelecida no setor e com uma representatividade que só tende a crescer.

SDB: Como a SDB ajuda na solução dos desafios do setor de saúde? 

CP: Muita gente imagina que a telemedicina é algo exclusivo do sistema privado, mas é um engano. Atualmente, ela é praticada amplamente também no sistema público, com iniciativas diretas das prefeituras, estados, Ministério da Saúde e também em parcerias público-privadas. Evidentemente, existem diferentes práticas e tecnologias empregadas. No entanto, vale ressaltar que hoje a telemedicina depende mais de ajustes de processos de atendimento que de alta tecnologia, uma vez que os requisitos tecnológicos estão mais baratos e cada vez mais universalmente presentes, mesmo em áreas remotas do país. Médicos e profissionais de outras áreas da saúde, como psicologia, enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, até mesmo medicina veterinária, conseguem fazer um atendimento com segurança usando poucos recursos. Assim, a prestação de serviços de saúde à distância, utilizando tecnologias de informação e comunicação, consegue atingir metas que garantem uma inovação sustentável. Dentre elas estão a melhoria da saúde da população, ao facilitar o acesso; redução de custos, por diminuição de deslocamentos e melhor uso dos recursos; incremento da experiência do paciente, com a redução das filas de espera; e melhora da experiência do profissional de saúde, que pode atender seus pacientes de forma híbrida, ajudando a reduzir desgastes e estafa tão frequentes na área da saúde. Ao atingir estas metas, a telessaúde, especialmente quando aplicada ao sistema público, torna-se fundamental para atingir a quinta e mais importante meta: a equidade no acesso à saúde para toda a população.

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