A telessaúde vem se mostrando cada vez mais valorosa para o sistema de saúde. Os aprendizados e principalmente o que se espera da telessaúde no mundo pós-pandemia foram pontos abordados nessa discussão que uniu especialistas da área
Eduardo Cordioli e Caio Soares, presidente e vice-presidente da Saúde Digital Brasil, e os conselheiros da entidade Guilherme Weigert e Fábio Tiepolo participaram de um debate do Medical Conecta sobre o futuro da telemedicina e o que se pode esperar da telessaúde no mundo pós-pandêmico. O evento, promovido pela Medical Fair Brasil, aconteceu virtualmente, entre 10 e 14 de agosto, com o objetivo de conectar os stakeholders, discutir o cenário da saúde no Brasil, impulsionar os negócios e, principalmente, fazer a diferença e salvar vidas.
“A telemedicina experimentou uma explosão ao longo da pandemia e mostrou quão valorosa pode ser para a sociedade. Além de garantir e democratizar o acesso à saúde, é hoje uma das formas mais concretas de ajudar a reorganizar o já colapsado sistema de saúde brasileiro, tanto em âmbito público, como privado”, enfatiza Eduardo Cordioli, presidente da Saúde Digital Brasil.
Por isso, a necessidade de uma regulamentação definitiva bem como a certeza de que esse é um movimento irreversível na saúde foram pontos abordados durante o painel. Segundo os especialistas, retroceder poderia ser sinônimo de instaurar o caos, seja por uma exigência da própria sociedade, que tem se mostrado bastante favorável e assídua aos serviços telemedicina, seja pela visível necessidade do ecossistema de saúde, que precisa dar mais vazão e ampliar o atendimento à população.
Embora o cenário pandêmico siga sendo um termômetro importante e uma grande alavanca para a telessaúde no Brasil, para conhecer os reais impactos que a interrupção ou a restrição de uso dessa modalidade em sua plenitude provocaria na saúde brasileira, é preciso olhar e comparar o cenário da saúde no período pré-pandemia. Os prontos-socorros, por exemplo, são historicamente as áreas dos hospitais com menores índices de satisfação do paciente e as que estão mais associadas a elevados custos para as instituições e operadoras de saúde. A telemedicina e saúde digital emergem como uma solução não só para encurtar a jornada do paciente e as enormes filas, porque ainda diminuem custos e desperdícios.
Também foram relembrados outros benefícios da saúde digital, como a integração dos sistemas e a possibilidade de o paciente ser atendido, com seu histórico em mãos, em qualquer lugar do mundo. Soma-se a isso sua vantajosa capacidade de expansão no serviço e de melhorar a acurácia do diagnóstico e tratamento, graças aos dados que podem ser coletados ao longo de toda a jornada do paciente desde o primeiro atendimento até o tratamento e a adoção de linhas de cuidados preventivas.
Para finalizar a discussão, foram trazidos tópicos como inteligência artificial e união dos mundos físico e digital (phygital) e seus ganhos substanciais para médicos, pacientes e instituições de saúde.
“É impossível desmembrar os dois mundos, e nem tudo vai poder ser feito a uma tela de distância. Quanto mais as plataformas e os stakeholders estiverem conectados, mais fácil será a gestão do paciente para sua saúde. Saúde Digital é uma forma de ajudar a otimizar a saúde, e telemedicina nada mais é do que medicina feita com o apoio da tecnologia. Muito obrigado a Medical Fair Brasil por nos dar a oportunidade para discutirmos esse tema de grande relevância para a sociedade”, finaliza o presidente da Saúde Digital Brasil.