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Saúde digital vive bom momento em todo mundo e pode transformar a experiência do paciente, diz especialista alemão

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Para Andreas Keck, médico e pesquisador em tecnologias e inovação em saúde,  há uma série de oportunidades para transformar a saúde das pessoas e aperfeiçoar modelos de negócios através do uso da tecnologia.

 

A saúde digital é uma tendência mundial que tem crescido rapidamente em diversos países, incluindo o Reino Unido, Estados Unidos, China, Austrália e Brasil. A Europa, por exemplo, é hoje a região com os maiores investimentos ativos quando o assunto é terapias digitais (DTx). Um mercado que pode alcançar um volume de 4 bilhões de dólares até 2030.

 

O aumento dos custos da saúde, tendo como principal impulsionador o custo com a adoção de tratamento eficazes, emerge como um dos motivadores desse cenário, assim como a prevalência de doenças crônicas. E, como é de conhecimento público, as iniciativas de saúde digital têm se mostrado uma ferramenta valiosa para alcançar esses objetivos e promover a saúde em todo o mundo.

 

O médico cardiologista, cientista e empreendedor alemão Andreas Keck, especialista em tecnologias e inovação em saúde, que esteve recentemente no Brasil*, explica que o momento é propício para a saúde digital em todo o mundo, em especial no que diz respeito à adesão à medicação, sendo de extrema importância não só atender às expectativas e melhorar a experiência dos pacientes, como atender às suas necessidades em constante evolução.

 

“São diversas as peças do quebra-cabeça e existem novas perspectivas de adesão através da saúde digital. Os pacientes estão cada vez mais utilizando tecnologias que os apoiam na gestão de sua saúde, e como consumidores, esperam serviços mais holísticos, desenvolvidos de acordo com suas necessidades. Tem também a mudança de um cuidado centrado no tratamento para um cuidado centrado no paciente. Ao mesmo tempo, espera-se uma redução da hospitalização e aumento de receitas. Tudo isso em um cenário com novas abordagens tecnológicas, como mHealth e IoT, e busca por personalização e incentivo ao tratamento”, explica.

 

Keck acrescenta que, em paralelo, aumentar a adesão e o uso adequado dos medicamentos pode ajudar a reduzir a pressão no setor de saúde e gerar novas receitas, através dos apps de prescrição, por exemplo. Além disso, outras tecnologias, como assistentes digitais e sistemas de suporte à decisão clínica, também podem ajudar nesse processo. Além da inteligência artificial e do uso de algoritmos para solucionar diferentes desafios e analisar dados de prontuários eletrônicos, com destaque para a necessidade de combinar os insights da inteligência artificial (IA) com o profundo conhecimento dos profissionais médicos. 

 

“Por alavancarem o grande volume de dados armazenados nos prontuários eletrônicos, as soluções de IA aumentam a eficiência e a efetividade da entrega de saúde. Isso pode ser usado para modelos preditivos dos resultados dos pacientes, como chances de readmissão ou desenvolvimento de condições específicas, tomada de decisão clínica, seja no diagnóstico ou tratamento ou na estratificação de risco de desenvolvimento de certas condições médicas, permitindo intervenções antecipadas”, complementa.

 

Do ponto de vista de negócios, é preciso que as empresas considerem o amplo impacto que a IA e outras tecnologias provocam na condução de suas estratégias. Isso inclui parcerias entre provedores da saúde digital, startups, indústria, hospitais e clínicas.

 

Por isso, é de suma relevância entender o perfil dos profissionais médicos, seus anseios e a relação com a adoção da tecnologia; considerar um olhar amplo sobre as tendências e tudo o que surge, inclusive dos concorrentes; e ter processos claros, recursos disponíveis e um pipeline de inovação que considere os impactos econômicos. 

 

“É preciso um produto competitivo e inovador para chegar ao mercado antes dos seus concorrentes. E um ponto de atenção é que a regulação de software médico pode ser lenta. Desta forma, considerar uma abordagem de plataforma ajuda a acelerar o desenvolvimento do produto, assim como investir em aquisições e parcerias com outras empresas”, finaliza.

 

Keck é consultor de negócios internacionais para grandes organizações voltadas à saúde e pesquisador de tecnologias digitais inovadoras que estão sendo usadas globalmente, além de ter fundado várias empresas. Atualmente, está envolvido na pesquisa e na construção de companhias com base em algoritmos avançados de inteligência artificial, trabalhando com conjuntos de informações exclusivas, incluindo dados genéticos, clínicos, laboratoriais e eletrofisiológicos. O executivo esteve no Brasil a convite do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM. 

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