Em uma edição recente da série especial “Saúde Digital em Foco: Aplicações práticas de IA na saúde”, promovida pela Saúde Digital Brasil, especialistas compartilham cases concretos e resultados práticos da adoção de inteligência artificial (IA) em serviços de saúde.
Moderado por Guilherme Weigert, conselheiro da Saúde Digital Brasil e CEO da Conexa Saúde, o encontro contou com as participações de Diego Libanio (cofundador e CEO da First Layer), Victor Marcondes (cofundador da Nilo Saúde) e Maurício Honorato (fundador e CEO da Doutor AI).
Os palestrantes ressaltaram que, embora a inteligência artificial desperte grande entusiasmo no setor, é fundamental concentrar esforços em aplicações reais, com impacto mensurável na experiência do paciente e na eficiência dos serviços. Enfatizaram a importância de compartilhar cases e resultados práticos para orientar o desenvolvimento e a adoção responsável da tecnologia.
Diego destacou a importância de mapear, com base no Princípio de Pareto, quais tarefas a IA resolve com precisão e quais devem ser rapidamente alocadas a profissionais humanos treinados, garantindo agilidade sem comprometer a qualidade do atendimento.
Victor apresentou a plataforma da Nilo, que integra agentes de IA aos fluxos de relacionamento com pacientes em clínicas e operadoras. Segundo ele, a automação contínua, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, promove um aumento de até dez vezes nas taxas de conversão de campanhas de engajamento, permitindo contato imediato e contínuo, mesmo fora do horário comercial, sem comprometer a qualidade da experiência do paciente.
Maurício detalhou a solução multiagentes da Doutor AI, que conta com mais de 700 bots especializados cobrindo desde agendamento, triagem, pré‐consulta e teleconsultas até o acompanhamento pós‐atendimento, todos integrados aos sistemas de prontuário eletrônico.
Entre as recomendações, os painelistas enfatizaram quatro pilares para a adoção bem-sucedida de IA em saúde:
- Humanização – mantendo o contato empático, especialmente por voz;
- Segurança – governança de dados e conformidade com LGPD;
- Personalização – ajuste de protocolos clínicos e scripts; e
- Integração da jornada – conectar agendamento, atendimento, triagem e pós‐consulta em um fluxo único.
Por fim, ressaltaram a necessidade de alinhar tecnologias à estratégia organizacional e cultivar uma cultura interna de experimentação contínua, considerando que a capacidade analítica e a assertividade dos modelos tendem a evoluir rapidamente.