Saúde Digital Brasil alerta sobre o importante e crescente papel da telepsiquiatria e telepsicologia para atender pessoas que sofrem de algum tipo de doença ou transtorno mental
Nunca, na história da humanidade, a saúde mental esteve tão em alta como na atualidade. Casos de pessoas com quadros de depressão, ansiedade, burnout, stress, entre outras doenças psiquiátricas, eclodiram no mundo todo.
As mudanças cada vez mais desafiadoras e aceleradas exigem novas atitudes, novas habilidades, novos entendimentos e novos comportamentos. Os números de pessoas que passam por essa situação assustam. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas no primeiro ano de pandemia a prevalência de depressão e ansiedade aumentou, respectivamente, em 27,6% e em 25,6% em todo o mundo, com a maior incidência entre jovens e mulheres. Tanto que, consternada com esse cenário, a OMS classificou os serviços de saúde mental como essenciais durante a pandemia. Isso foi um alerta para os possíveis problemas que surgiriam em decorrência do impedimento de acesso, como o aumento de comportamentos suicidas.
Não somente a pandemia vivenciada nos três últimos anos, mas também as crises políticas e econômicas que assolam o mundo e, em especial, o país, provocaram impactos substanciais na saúde mental dos brasileiros. Um relatório de 2018 da Organização Mundial da Saúde (OMS), intitulado “The Burden of Mental Disorders in the Region of the Americas, 2018”, sobre a carga de transtornos mentais nas Américas apontava o Brasil como o de maior prevalência de transtornos de ansiedade, com 7,5% da população. Já com relação à depressão essa porcentagem é de 9,3%.
Para Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil, certamente esses números cresceram exponencialmente na pandemia e essa demanda por cuidados perdurará, e a telessaúde é a forma mais eficiente de supri-la, porque seguirá elevada. Segundo ele, mais do que uma forma de acesso, esse modelo de cuidado pode modificar a maneira como as pessoas gerenciam a sua saúde individualmente, sendo, especialmente, uma porta de entrada para a atenção primária e em caráter preventivo. Trata-se de um eficiente canal de apoio, diagnóstico e tratamento de problemas relacionados à saúde mental e a adoção cresceu exponencialmente durante a pandemia, tanto operadoras de saúde, como empresas e a população conseguiram perceber o quão valioso pode ser esse recurso.
“Estamos vivendo uma pandemia de saúde mental. Acredito que, mesmo se todos os problemas que enfrentamos acabassem hoje, teríamos mais 15 anos de acompanhamento desses milhões de pacientes com estresse pós-traumático. A tecnologia pode, sim, aproximar e ajudar a cuidar das pessoas”, enfatiza.
O executivo acrescenta que o impacto é ainda maior no SUS (Sistema Único de Saúde), do qual depende 71,5% da população brasileira, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (2020) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) . Daí a importância da publicação da Lei nº 14.510/2022, no final do ano passado, que autorizou e disciplinou a prática da telessaúde no Brasil, tanto no sistema público quanto no sistema privado. “Como disse, as doenças de ordem de saúde mental são um problema de saúde pública no Brasil e, agora, temos a ferramenta que o SUS precisa para esse movimento de ampliar o acesso e acabar com essa verdadeira pandemia. Vivemos um excelente momento da saúde digital no país, e os resultados práticos devem surgir rapidamente. Aliás, nem podem demorar, pois a população precisa disso, em especial, da telepsicologia e da telepsiquiatria”, finaliza.