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Dia do Hospital: Saúde digital e seu protagonismo nas instituições de saúde

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O ecossistema de saúde em sua totalidade enfrenta um panorama complexo que tem exigido das instituições públicas e privadas encontrar caminhos para melhorar a sustentabilidade e garantir a eficiência operacional, e a tecnologia é um deles

O Dia do Hospital é celebrado anualmente em 2 de julho para relembrar a vital importância das instituições hospitalares e os profissionais que nelas atuam. No Brasil, existem aproximadamente 7.200 hospitais que atendem milhões de pessoas todos os anos e, apesar de serem pilares essenciais para a promoção da saúde e o tratamento de doenças, enfrentam uma série de desafios. Garantir a sustentabilidade, equilibrar custos operacionais crescentes com a prestação de cuidados de qualidade é um dos principais deles, além da gestão de recursos humanos e materiais, bem como a necessidade constante de atualizar e manter a infraestrutura hospitalar.

E a tecnologia e a incorporação da saúde digital têm demonstrado ser excelentes aliadas nesse cenário. A digitalização de prontuários, a telemedicina, a telessaúde e os sistemas de monitoramento remoto são exemplos de inovações que aumentam a eficiência dos serviços de saúde. Enquanto a telemedicina refere-se ao atendimento clínico ao paciente, a telessaúde abrange uma coleção mais ampla de atividades educacionais, administrativas e de saúde não clínicas. Mas, de forma geral, esses avanços permitem diagnósticos mais rápidos e precisos, reduzem a necessidade de deslocamento dos pacientes e otimizam a gestão dos recursos hospitalares.

“Estamos falando de um avanço transformador para os hospitais, proporcionando uma série de benefícios que vão desde a otimização operacional até a melhoria na qualidade do atendimento ao paciente. A adoção crescente dessas tecnologias, apoiada por iniciativas regulatórias e educativas, está pavimentando o caminho para um futuro mais eficiente, acessível e integrado na prestação de serviços de saúde. Isso tudo traz ganhos não só para o ecossistema de saúde, como, principalmente, para a população, que tem possibilidade de acesso ampliado”, explica Michele Alves, gerente executiva da Saúde Digital Brasil.

Com base em dados compilados nos últimos dez anos no estudo TIC Saúde, conduzido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), é notória uma maior informatização dos estabelecimentos de saúde, relacionada, sobretudo, à infraestrutura e a sistemas eletrônicos, principalmente durante a pandemia da Covid-19. A continuidade do levantamento permite examinar como os recursos tecnológicos foram integrados nas unidades de saúde e como isso propiciou o avanço da saúde digital no país.

A edição mais recente da pesquisa, lançada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revelou um aumento no percentual de estabelecimentos públicos que ofereceram educação à distância (de 24% para 31%) e teleconsulta (de 15% para 21%), entre 2022 e 2023. Na esfera privada, duas em cada dez unidades disponibilizaram serviços como telediagnóstico e teleconsulta.

Com relação ao setor  privado, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) tem uma visão bastante otimista sobre o desenvolvimento da saúde digital nos hospitais. A entidade acredita que a adoção de tecnologias digitais tem crescido significativamente e impactado positivamente o setor e que a regulamentação da telemedicina foi um marco importante nesse processo.

Segundo Evelyn Tiburzio, diretora técnica da entidade, todo avanço resultando em benefício para a saúde do paciente é bem-visto, e a aplicação de novas tecnologias, como softwares sofisticados e dispositivos, incluindo a Inteligência Artificial (IA), tem sido imensa, impactando desde a marcação de uma consulta, que pode ser via celular, até uma cirurgia robótica na qual o equipamento já recebe informações de exames do paciente para o procedimento, como auxílio para o médico.

“Só para termos uma ideia do cenário digital na área de IA, ano passado a Anahp fez um levantamento durante os meses de julho, agosto e setembro de 2023, em parceria com a ABSS (Associação Brasileira de Startups de Saúde) sobre o uso de Inteligência Artificial em hospitais privados. Dos 45 hospitais respondentes, 55,1% afirmam ter investido, nos últimos dois anos, em soluções que têm a IA como base para a entrega de valor e resolução dos problemas; e 62,5% declaram que já utilizam a tecnologia de alguma forma em seus processos, entre eles a criação de chatbots de atendimento, ampliação da segurança da informação e apoio à decisão clínica, além de aperfeiçoamento nas análises de imagens médicas”, reforça.

A pesquisa revelou ainda que 51% dos hospitais que investiram em IA obtiveram resultados práticos, e que 38% dos entrevistados acreditam que startups podem trazer novas abordagens para os desafios da implementação da tecnologia.

“Mais do que benefício para as instituições, este recurso gera valor para os pacientes, que por meio dessa tecnologia têm a possibilidade de usufruir de um atendimento mais qualificado”, reforça a diretora técnica que complementa “O futuro da saúde é também phygital, que combina o físico e o digital para criar uma experiência integrada. Ter o avanço de tecnologias, suas implementações e suas gestões são fatores que o sistema de saúde tem a sua frente, principalmente nas regiões mais afastadas, já que o Brasil é um país tão grande em dimensões territoriais e diferenças socioeconômicas”.

A Saúde Digital Brasil tem atuado para liderar e apoiar esse movimento de transformação digital, prezando pelas questões ética e pela excelência, que são muito importantes no setor de saúde. A entidade está comprometida em aperfeiçoar o modelo assistencial e em garantir que cada um dos pacientes e profissionais da saúde que recorrem à telessaúde tenha uma referência para guiar suas decisões, incluindo com criação do Manual de Boas Práticas. “Queremos garantir a sustentabilidade do setor. Por isso, nos propomos a colocar provedores de tecnologia, instituições de saúde, órgãos reguladores e governo para sentar na mesma mesa e dialogar. Acreditamos que não há evolução sem esse pensamento de união de todos os elos da cadeia”, finaliza a gerente executiva da SDB.

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