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Telemedicina tem sido destaque no atendimento aos refugiados na Guerra na Ucrânia

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Tecnologia desenvolvida em Israel também é utilizada no Brasil para atendimento remoto de comunidades e permite checagem de parâmetros vitais

A telemedicina não é novidade em zonas de conflito. Os Médicos Sem Fronteiras, por exemplo, utilizam desde 2010. Atualmente, graças à tecnologia disponível é possível não só realizar o exame clínico, como também checar os parâmetros vitais e realizar exames físicos, como, por exemplo, a ausculta pulmonar.

No caso da Guerra da Rússia contra a Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro desse ano, a telemedicina tem sido uma arma bastante positiva. Os ucranianos, que estão sendo forçados a deixar seu país por conta do conflito e estão viajando mais de 24 horas para chegar na Moldávia, por exemplo, têm contado com um esse importante suporte, crucial em especial para as pessoas que sofrem de alguma doença crônica ou necessitam de acompanhamento médico. Os profissionais que estão prestando o atendimento estão baseados, em Israel, distantes mais de dois mil quilômetros.

Não é possível precisar quantos atendimentos a refugiados já foram realizados na Moldávia, mas o número de postos de atendimento, que no início era de um, e a equipe – inicialmente de 15 pessoas – têm aumentado.

Uma das tecnologias que estão sendo empregadas nesse processo foi desenvolvida em Israel e chama-se TytoCare (distribuída no Brasil pela Tuinda Care, uma das associadas da Saúde Digital Brasil).

Segundo a diretora da empresa no Brasil, Ana Carolina Lucchese, por aqui a tecnologia já vem inclusive sendo utilizada para prover acesso à saúde em uma comunidade indígena em Curitiba, através de um projeto da iniciativa privada. O corpo clínico responsável pela iniciativa optou por fazer visitas presenciais e usar esse equipamento para resolver visitas mais emergenciais ou para fazer acompanhamentos crônicos com mais regularidade.

Trata-se de um equipamento portátil, com uma câmera de alta resolução, que possui acopláveis com outras funcionalidades. Com isso, é possível, por exemplo, auscultar coração, pulmão e fazer otoscopia olhando canal do ouvido, além de obter imagens da garganta em alta definição e da pele para acompanhar desde cicatrizes até infecção e feridas, aferir a temperatura, saturação de oxigênio, checar sons abdominais, entre outros parâmetros.

Apesar de a telemedicina ter sido regulamentada em caráter de urgência por conta da pandemia, aplicações como essas demonstram e só reforçam a sua necessidade e o quão eficaz ela é para garantir e ampliar o acesso à saúde em quaisquer situações. Convém lembrar que, com a proximidade do fim da pandemia, que acontecerá quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) julgar oportuno, sua continuidade e seu exercício pleno deixarão de ser regulamentados e os brasileiros poderão perder o direito de acessar especialistas por meio da tecnologia.

“O papel da telemedicina é exatamente esse: garantir acesso à população à assistência médica onde quer que ela esteja. Perdermos isso, além de um retrocesso, seria precarizar ainda mais o sistema de saúde brasileiro, já tão carente”, ressalta Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil.

Veja reportagem: https://www.youtube.com/watch?v=7Mpfy_FWY8g

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