Empresas estão reforçando capacidade de atendimento, mas falta de regulamentação plena do exercício da telemedicina é um dos principais entraves para vencer o atual desafio na saúde pública
Os números de atendimentos por telemedicina para casos de Influenza e COVID-19 entre os associados da Saúde Digital Brasil dispararam, saltando de 7 mil para 15 mil, entre o Natal e o Ano Novo para 50 mil atendimentos na primeira semana de janeiro e não param de subir. De acordo com Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil, é evidente que esse crescimento exponencial sobrecarrega o sistema de saúde público e privado, especialmente os que prestam primeiro atendimento ao paciente, seja presencialmente ou remoto. No entanto, a telemedicina continua sendo uma alternativa viável e segura para desafogar as filas nos postos de saúde, pronto-atendimentos e hospitais, evitando assim dificuldade de atendimento ainda maiores para os pacientes.
O executivo conta que para tentar minimizar essa sobrecarga, os associados da Saúde Digital Brasil e prestadoras de serviços de telemedicina estão ampliando o número de médicos e profissionais de saúde no atendimento. No entanto, a ausência de uma regulamentação clara e plena pelo exercício da telemedicina se apresenta como uma das causas impactantes que desafiam a contenção dessa sobrecarga. Afinal, sem segurança jurídica, não há investimento tecnológico e tampouco na formação técnica e específica de profissionais. “Se tivéssemos a telessaúde regulamentada, certamente teríamos mais capital humano, mais investimento e melhores respostas para essa crise atual”, enfatiza o especialista.
Importante ressaltar que, o atendimento via telemedicina não difere do presencial, seja para tirar dúvidas, formalizar diagnósticos, solicitar exames, prescrever medicamentos, emitir atestados, entre outras, com a vantagem de ser mais acessível, prática e segura. Afinal, todos esses documentos são rastreáveis e invioláveis, emitidos com assinatura digital.
Evitar ao máximo aglomerações, seguir com os cuidados de higiene, o uso de máscaras e a vacinação são recomendações mandatórias no momento. Além disso, procurar um médico e realizar o teste sempre que tiver sintomas ou contato com contaminados também é importante para o controle e combate a essa nova fase de fortíssimo crescimento de casos.