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Novas coordenadoras para GT de Documentos Eletrônicos de Saúde e Dispensação

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Julia Cestari Santos, head de Políticas Públicas na Mevo, e Marilia Ximenes de Araujo, head de Inteligências Clínicas e Responsável Técnica da Memed, assumem a liderança do grupo focado na discussão de boas práticas, normas e regulamentações de emissão e jornada digital de documentos eletrônicos de saúde

 

A Saúde Digital Brasil acaba de eleger as novas lideranças do Grupo de Trabalho de Documentos Eletrônicos de Saúde e Dispensação. Julia Cestari Santos e Marilia Ximenes de Araujo assumem, respectivamente, a coordenação e a vice-coordenação do grupo, durante o próximo triênio. Os documentos eletrônicos de saúde, tais como, laudos, solicitações de exame, atestados médicos, prescrições,  têm cada vez mais desempenhado um papel fundamental na jornada do paciente e do profissional de saúde, proporcionando uma maneira eficiente e segura de armazenar, acessar e compartilhar informações para continuidade do cuidado.  

 

O papel do GT de documentos eletrônicos e dispensação  é proporcionar discussões de boas práticas, normas e regulamentações de emissão e jornada digital de documentos eletrônicos de saúde em geral, bem como de temas atinentes à certificação digital, prescrição e dispensação eletrônica de medicamentos. Também está entre suas missões atuar na conexão dos diversos stakeholders, defendendo os interesses do setor de forma conjunta e colaborativa. “Ao promover esse ambiente de troca e trabalho, temos como resultado ações estruturantes de educação, conscientização e advocacy, avançando, desta forma, com o tema”, reforça Julia. 

 

A executiva reforça que ao longo dos quase dois anos que tem participado do grupo,  teve oportunidade de aprender com líderes que mostraram o quão crucial é abordar os temas que envolvem essa temática com diálogo aberto e proatividade. “Essa experiência me ensinou sobre a riqueza e a importância de uma liderança inclusiva e engajada, que visa entender as diferentes perspectivas e necessidades dos associados. Por isso, para mim, o desafio pessoal será dar continuidade a esse legado de liderança eficaz estabelecido, mantendo a visão e os objetivos do grupo alinhados com as necessidades em constante evolução do setor de saúde digital”, complementa a coordenadora.

 

Com relação aos desafios do grupo a curto prazo, a vice-coordenadora Marília reforça que, a despeito dos avanços experimentados desde o início da pandemia,  em comparação com outros países que adotam tecnologias similares, o setor ainda é extremamente fragmentado. Segundo ela, fala-se muito em interoperar, democratizar acessos, entre outros assuntos, porém o Brasil ainda se encontra no início dessa jornada. “Não podemos esquecer que o digital não vai suprimir 100% do físico, então precisamos entender como atuar em ambos os contextos, o chamado phygital. Além de conectar e engajar todos os stakeholders, efetivar avanços regulatórios e legais para tornar esse caminho mais curto e real”, reforça a executiva que acrescenta “Para mudar o atual cenário, é preciso trabalho e dedicação. E é isso que continuarei entregando todos os dias à frente da vice-coordenadoria do GT”. 

 

Planos da nova gestão

 

Diante desse cenário, a nova gestão planeja atuar em dois eixos principais. O primeiro deles é conscientização e educação sobre a importância de documentos eletrônicos de saúde. Afinal, ainda existe desconhecimento e dúvidas sobre a utilização dos documentos eletrônicos de saúde, quais são as boas práticas e regulação sobre assunto. Nos últimos dois anos o GT colaborou com o Manual de Boas Práticas da SDB e desenvolveu um capítulo dedicado ao tema. A nova coordenadora conta que, considerando que essas diretrizes foram muito bem recebidas por gestores e serviços de saúde, a ideia é expandir o alcance desse conhecimento para a sociedade, pacientes e prescritores para promoverem o uso adequado dessas tecnologias e desconstruir eventuais dúvidas ou inseguranças.

 

Já o segundo eixo, que se conecta, é estender esse aculturamento e trocar experiências com as autoridades sobre, principalmente, a necessidade de regulamentação e promoção do uso dessas tecnologias.  Apesar de existir uma lei que reconhece a validade de documentos de saúde emitidos digitalmente desde 2020, ainda se faz necessário alguns avanços na regulamentação de prescrições eletrônicas, inclusive as Notificações de Receita (talonário azul e amarelo) as quais são as únicas que ainda não podem ser emitidas por meio digital. Interoperabilidade também faz parte desse eixo. 

 

“O mais importante é que esses dois pontos se respaldam principalmente no diálogo e na criação de pontes – seja com outros GTs da própria SDB, como também com autoridades e outras entidades do setor interessadas. Queremos ser essa ponte para democratizar o acesso a essas tecnologias, como ocorre hoje em outros países como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Portugal”, reforça Julia.

 

Um dos principais destaques da nova gestão, será a criação de mais conteúdos e a atualização do Manual de Boas Práticas da SDB. Como tudo na inovação, a evolução das plataformas e a adaptação do seu uso têm sido muito rápidas e, com isso, é muito importante incorporar ao texto desta obra as últimas tendências e práticas. 

 

A importância dos documentos eletrônicos de saúde e dispensação no atual contexto da saúde brasileira

 

Os documentos eletrônicos de saúde aumentam a segurança do paciente por minimizarem os riscos de erro de dispensação, a dificuldade de compreensão por parte do paciente ou cuidador e a perda de documentos físicos, trazendo agilidade para adesão ao tratamento, realização de exames, encaminhamentos ou outros tipos de processos. Além disso, se tornaram ferramentas essenciais para a continuidade do cuidado após uma consulta à distância com profissional de saúde.

 

Do ponto de vista dos profissionais de saúde, tais documentos são cruciais para a automação de processos e para agregar inteligências, tais como ferramentas de suporte à decisão médica integradas, que permitem que o prescritor foque nas necessidades do paciente e trazem informações relevantes, como dados de saúde dos seus pacientes.

 

Já no caso das prescrições, a facilidade de compreensão, interoperabilidade entre sistemas, acompanhamento para a devida assistência farmacêutica e a minimização dos riscos de prescrições fraudulentas são aspectos que fazem a diferença para as farmácias. Além disso, proporcionam que as autoridades regulatórias tenham acesso, com agilidade, a dados de saúde. “Vimos recentemente notícias na imprensa sobre a falta de dados de dispensação de medicamentos controlados no Brasil, situação que a interoperabilidade reduziria drasticamente. Vimos essa possibilidade com a RNDS, com cadastro de vacinas e exames de Covid, por exemplo. Mas não é só isso, podemos ir além”, reforça Marília. 

 

Sobre as novas coordenadoras 

 

À esquerda, Julia Cestari Santos, e à direita, Marilia Ximenes de Araujo

Julia Cestari Santos é formada em Relações Internacionais pela ESPM, com especialização em Relações Governamentais e mestrado em andamento em Gestão e Políticas Públicas pela FGV. Realizou cursos de extensão em Finanças Públicas pela FIPE, Advocacy e Políticas Públicas pela FGV e Gestão de Políticas Públicas Baseada em Evidência pelo Insper. Possui mais de oito anos de experiência no campo de Relações Governamentais e Políticas Públicas na área da saúde. Em grande parte de sua trajetória, trabalhou em consultoria, gerenciando projetos e colaborando com empresas do setor e com a sociedade civil em projetos de análise e estratégias de melhoria nas políticas públicas do sistema de saúde. Desde 2021, ocupa o cargo de head de Políticas Públicas na Mevo, uma healthtech com foco na prescrição digital. Seu trabalho tem sido promover o avanço das discussões sobre políticas de saúde digital de maneira segura e acessível para profissionais de saúde e pacientes. 

 

Marilia Ximenes de Araujo é  farmacêutica e pós graduanda em gestão estratégica de negócios.  Apaixonada pelo setor de saúde, tem mais de 14 anos de experiência no setor de saúde, liderando iniciativas que visam melhorar a eficiência, a precisão e a acessibilidade na prescrição de tratamentos médicos. Atualmente é head de Inteligências Clínicas e Responsável Técnica da Memed, estando à frente do desenvolvimento e implementação de soluções inovadoras para otimizar a prestação de cuidados de saúde. Além disso, tem aplicado seu  conhecimento e experiência para promover a conscientização sobre os benefícios da saúde digital e ajudar a superar os desafios enfrentados pelo ecossistema de saúde brasileiro. É uma forte defensora do fato que investir em tecnologia é fundamental para alcançar uma saúde mais inclusiva, eficaz e sustentável no Brasil. 

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