Desafios da digitalização são discutidos em evento de tecnologia voltado ao setor de saúde

14 de dezembro de 2022 13:49

Caio Soares, presidente da SDB, ressaltou durante o 5×5 Tec Summit 2022 que o momento atual é de um otimismo, marcado pelos avanços tecnológicos que podem ajudar a diminuir as desigualdades e garantir maior acesso aos cuidados de saúde 

Em sua terceira edição, o 5×5 TEC Summit, evento organizado pelos portais Convergência Digital, Mobile Time, Tele.Síntese, Teletime e TI Inside, proporcionou três dias de debates sobre o uso da tecnologia em diferentes verticais. E, como não poderia ser diferente, a Saúde foi uma delas e ganhou um dia totalmente dedicado às discussões sobre as necessidades, oportunidades e desafios diante dos avanços tecnológicos. O evento aconteceu no dia 7 de dezembro e contou com três painéis e a presença de especialistas renomados. Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil, participou da discussão sobre os novos desafios proporcionados pela digitalização do setor de saúde.

Uso de dados, inteligência artificial, educação dos profissionais, interoperabilidade, necessidade de solucionar desafios básicos, benefícios para o setor público, entre outros, foram pontos abordados por ele e por Cristian Rocha, cofundador & CEO da LAURA; Lucas Baraças, cofundador e CEO da Vigilantes do Sono; e Ricardo Moraes, diretor médico de Soluções Digitais da Afya, que dividiram o painel com o executivo.

Soares destacou que o momento atual é de muito otimismo no setor de saúde digital, principalmente em razão dos avanços tecnológicos, como o 5G, e da evolução na tramitação do projeto de lei que regulamentará a telessaúde no país. No entanto, destacou que nem todos os problemas que acometem o setor há décadas no mundo físico poderão ser solucionados pelo digital.

“Os desafios por muitas vezes se repetem. O que temos são boas possibilidades de melhorias em relação à logística, em relação à segurança da informação e a proteção de dados. Esses são aspectos que ficam muito bem equacionados com essa modalidade”, reforçou.

A mudança de comportamento da sociedade, o entendimento sobre a  necessidade de colocar a telessaúde no arcabouço legal seguro para todos os envolvidos – pacientes, profissionais de saúde e fornecedores de tecnologia – e os  benefícios proporcionados pela prática já são evidentes, segundo ele. “Algumas leis são impositivas, assim como há outras que são consequência da mudança de comportamento. No caso da telemedicina, as pessoas já mudaram o comportamento, facilitando os trâmites da regulamentação. Isso deve caminhar lado a lado com um processo de educação dos profissionais de saúde para preencher todas essas lacunas. Somos uma geração híbrida, nascemos analógicos e morreremos digitais. Temos que preparar o caminho e a nova geração para as mudanças em curso.”

Quando questionado sobre o uso da telemedicina no sistema público, Soares ressaltou que, ao contrário do que muitos pensam e apesar dos entraves que ainda existem, o S (Sistema Único de Saúde) é o maior beneficiado pela digitalização. Isso ocorre, principalmente, porque a tecnologia  consegue solucionar os gargalos que envolvem o acesso ao sistema de saúde, tanto na atenção primária quanto nos atendimentos com especialistas, além de encurtar as distâncias e o tempo entre o diagnóstico e o tratamento, sendo crucial para que se tenha melhores desfechos clínicos e impactando positiva e diretamente a vida de milhões de cidadãos.

“O futuro é praticamente ilimitado. Quando olhamos para o que aconteceu nos últimos dez anos nos surpreendemos, mas quando pensamos daqui para a frente o salto será ainda maior por causa desse avanço todo que vemos. Mas precisamos ter a visão clara de que isso não pode se tornar um mecanismo que aumente a desigualdade. A tecnologia é maravilhosa, mas precisa ser inclusiva e trazer equidade para que o sistema de saúde não sofra uma desigualdade maior do que já vivenciamos”, finaliza.